Usar RPA – Robotic Process Automation para testar software como forma de melhorar o processo de desenvolvimento e entrega

Usar RPA – Robotic Process Automation para testar software como forma de melhorar o processo de desenvolvimento e entrega

Neste artigo, exploraremos a simbiose entre o domínio da automação de processos repetitivos e a área da conceção e execução de testes em software. Atualmente, grande parte da economia e da sociedade assenta o seu funcionamento em múltiplos sistemas informatizados que usamos diariamente. Nos últimos anos, o ritmo de criação e entrega de software intensificou-se, apesar das dificuldades em formar profissionais nesta área. As aplicações, na sua maioria, residem na cloud e estão instaladas de forma distribuída. O cliente, cada vez mais exigente, espera informação rápida e sem falhas.

A sociedade acelerou o seu ritmo, e as empresas adaptaram-se, trabalhando em rede e parcialmente de forma remota. O valor entregue ao cliente final é frequentemente influenciado pela experiência digital. Esta realidade impõe uma exigência de excelência nas cadeias de valor, suportada em grande medida pelo digital e pela capacidade das organizações otimizarem as suas operações.

É curioso notar que ainda hoje, especialmente em Portugal, existe uma falta de literacia sobre o esforço necessário para desenvolver e entregar software de qualidade. Muitos empresários querem inovar e investir no digital, mas muitas vezes não compreendem as nuances do tempo de entrega, da composição das equipas ou da importância dos testes.

Centremo-nos nos testes automáticos de software. A partir de uma determinada dimensão e complexidade, tornam-se essenciais para evitar a introdução de mais falhas do que funcionalidades. Garantir uma boa cobertura de testes é tão vital quanto refatorizar código periodicamente, reduzir a dívida tecnológica ou assegurar a sua segurança.

A criação de testes automáticos, que podem ser executados diariamente, é fundamental. A sua conceção nem sempre é fácil, mas atualmente ferramentas como o ChatGPT são aliadas neste processo. A morfologia de um teste assemelha-se a um processo de negócio, um trajeto do ponto A ao B com ações bem definidas. Tem-se observado, portanto, a utilização de plataformas de RPA neste domínio, algumas das quais baseadas em frameworks populares como Selenium ou Robot Framework.

As plataformas de RPA, com as suas capacidades de orquestração, fornecem uma visão consolidada dos testes automáticos, algo que muitas plataformas de DevOps não oferecem. Sendo plataformas low code, facilitam a criação ou adaptação de testes aos desenvolvimentos dos produtos.

Muitas vezes, a criação de testes automáticos exige profundo conhecimento em programação. Em contrapartida, codificar RPAs para executar testes de software requer menos expertise em programação, pois os scripts são uma sequência direta de ações nas interfaces. Assim, os RPAs promovem uma utilização mais eficiente das equipas de desenvolvimento de software, levando a testes regressivos mais completos e softwares mais robustos.

A era digital exige velocidade, precisão e eficiência em todos os aspetos do desenvolvimento de software. A integração de RPA nos processos de teste de software surge como uma resposta inovadora a essas demandas, proporcionando uma abordagem mais ágil e menos propensa a erros. Em Portugal, e no mundo, é imperativo que as organizações reconheçam e adaptem-se a estas inovações, garantindo não só a satisfação do cliente, mas também a sustentabilidade e competitividade no mercado. À medida que continuamos a avançar na jornada tecnológica, é importante adotar ferramentas como o RPA, que não só otimizam as operações existentes, mas também pavimentam o caminho para futuras inovações.