A relação entre RPA – Automação de Processos Robóticos e ChatGPT tem sido muito discutida. Inclusive, as mais recentes versões dos produtos RPA – Automação de Processos Robóticos têm incorporado fortemente as capacidades diferenciadoras desta tecnologia. Neste artigo, exploramos algumas das capacidades diferenciadoras desta simbiose.
Os robôs RPA são unidades de software criadas para seguir um processo, ou seja, um conjunto de passos de forma “cega”, executando um processo do ponto A ao Z. Eventuais cenários alternativos devem ser contemplados, caso contrário, poderão estar fora do âmbito de atuação dos mesmos. Até recentemente, os robôs eram considerados “burros” no sentido de serem pouco adaptáveis a novos obstáculos que surgem durante a execução. Apesar de serem uma tecnologia de codificação mais simples e capaz de automatizar interfaces de forma eficaz, eles seguem a lógica da programação em geral. A lógica de programação assume que, para a máquina ter um determinado comportamento, deve existir código que descreva os passos para obter esse comportamento. No caso dos robôs RPA, o comportamento constitui a execução de um determinado processo.
Apesar dessas limitações, o RPA – Automação de Processos Robóticos tem sido facilitador na integração com outras plataformas, como Chatbots, OCR e Plataformas de Documentos Inteligentes, de forma a ampliar sua capacidade de ação. Isso não se limita apenas a processos diretos ditados por passos bem definidos, mas sim abre o âmbito para processos que exigem algumas capacidades cognitivas por parte da máquina, como visão, interpretação de documentos, conversas e geração de sequências de respostas. Essas plataformas geralmente são baseadas em modelos ou algoritmos de Machine Learning, uma subárea de Inteligência Artificial, em que a máquina pode tomar decisões com base em grandes padrões de dados ou em algoritmos “ajustados” capazes de prever tendências.
O ChatGPT é uma classe de LMM – Large Language Models, pertencentes à área de Machine Learning, que, com modelos de dados gigantescos e inúmeros parâmetros, permitem que a máquina tenha uma conversa e uma interpretação muito semelhantes a um humano. É evidente que essa tecnologia veio mudar o paradigma da interação por parte da máquina. Constitui mais uma ferramenta que está ao dispor do ser humano e pode aumentar e ampliar sua capacidade de executar tarefas.
Ao combinar o ChatGPT e o RPA, sendo este último uma ferramenta linguística, pode-se ajudar o RPA nas tarefas de interpretação de comunicação, seja por e-mails, chats, etc., para extrair informações relevantes ao contexto, avaliando a completude dos dados e sendo direcionada pelos robôs para os cenários codificados mais prováveis. Na ausência de informações, o ChatGPT pode gerar uma resposta natural que reflete a intenção de obter a informação em falta. Para os casos de cenários bem-sucedidos, pode gerar respostas naturais que permitem uma boa experiência de comunicação com os stakeholders.
Um aspecto muito positivo que contribui para a democratização dos RPAs é o fato de a tecnologia do ChatGPT ser baseada em APIs com valores por transação relativamente baixos, considerando o retorno obtido pelo aumento de capacidade proporcionado por essa tecnologia. Acreditamos que esse fator será fundamental na democratização da automação de processos nas PMEs, pois permitirá automatizar processos mais complexos com um investimento muito mais acessível.
Em resumo, vivemos tempos muito empolgantes em termos tecnológicos, com o surgimento do ChatGPT e em especial pela sua incorporação no domínio de atuação dos RPAs. Essas tecnologias farão com que as empresas funcionem de forma mais eficiente, superando as ineficiências das tarefas realizadas por seres humanos, o aparecimento de erros e a escassez de recursos e talento, libertando os colaboradores para tarefas de maior valor acrescentado para o negócio e para o próprio.
