Com base na nossa vasta experiência em reuniões de prospecção, deparamo-nos frequentemente com a grande dificuldade que as empresas enfrentam ao dar início ao processo de automação. Cada organização é única, com os seus próprios processos e tecnologias, e enfrenta constantemente desafios complexos decorrentes do crescimento e da evolução do negócio. Por vezes, esse frenesim diário acaba por complicar e deturpar o pensamento estratégico, dificultando a identificação de áreas de ineficiência e a proposição de iniciativas de melhoria.
Uma pergunta que colocamos frequentemente aos nossos clientes é a seguinte: “Se a vossa empresa crescer 50%, qual será a primeira área da organização a manifestar sinais de alarme?” A resposta mais comum é recorrer à contratação de mais pessoal. No entanto, será este um cenário realista? Especialmente num contexto global em que a procura por talento é cada vez maior e a sua disponibilidade é escassa. O modelo de negócio que se baseia exclusivamente na força de trabalho humana já não é uma realidade há muito tempo. Máquinas, computadores, software, algoritmos e automação têm ampliado a capacidade do ser humano para ser eficiente, permitindo realizar mais trabalho em menos tempo. Essa tem sido a tendência, ou seja, aumentar a capacidade e a automatização, deixando o ser humano responsável pela monitorização, criatividade e tomada de decisão. Portanto, uma empresa que dependa do aumento proporcional de recursos humanos para acompanhar o crescimento do negócio dificilmente conseguirá alcançar um crescimento exponencial.
Colocando-nos na perspetiva de um decisor, é uma tarefa desafiadora avaliar qual será a próxima iniciativa de transformação digital que tornará a organização mais eficiente. Especialmente tendo em conta a vasta quantidade de soluções e software que surgiram na última década. Estabelecer uma estratégia e um rumo numa era em que somos constantemente bombardeados com novas soluções de mercado é um processo complexo que requer uma busca constante pela definição de uma trajetória transformacional para a organização. No entanto, há uma verdade inegável: todo e qualquer software existente no mercado foi desenvolvido com base numa perspetiva generalista, o que dificulta a sua personalização para atender às particularidades da realidade operacional. Quanto mais generalista é o software, maior é a necessidade de customização e de serviços para se adequar às necessidades específicas.
É aqui que entram as soluções e tecnologias de automação, como o RPA (Robotic Process Automation). Elas visam preencher as lacunas deixadas pelo software generalista, permitindo conceber automações processuais adequadas à realidade, ao momento e à capacidade tecnológica da organização. É por isso que o RPA tem crescido exponencialmente nos últimos anos, possibilitando o estabelecimento rápido e fácil de diversas pontes entre software e seres humanos, algo que anteriormente era assegurado exclusivamente por humanos ou por meio de investimentos significativos em customização de software generalista.
No entanto, ao olhar pela perspetiva do decisor, torna-se complicado perceber e reconhecer que, nas organizações, os seres humanos estão a desempenhar tarefas que poderiam ser realizadas por robôs. É necessário um olhar crítico e, muitas vezes, desapegado dos vícios organizacionais para conceber uma estratégia de automação que seja verdadeiramente adequada à realidade daquele negócio.
É aqui que a Consultoria em Automação pode beneficiar uma organização de forma significativa, uma vez que permite:
- Realizar uma análise independente em conjunto com os decisores, falando e reunindo-se com os operadores dos processos;
- Fazer um enquadramento adequado à operacionalidade processual e tecnológica da organização;
- Entender e analisar o potencial de aplicação das tecnologias de automação;
- Definir uma estratégia e um caminho que alimentarão as iniciativas de automação subsequentes.
Portanto, a Consultoria de Automação visa estudar a aplicabilidade da automação de processos numa determinada organização, abrangendo diversas vertentes de negócio e tecnológicas, de forma a fundamentar decisões que se materializarão em projetos de automação.